Torrando a farinha. Foto: Marcia Riederer

Relato e imagens da farinhada em Florianópolis

Torrando a farinha. Foto: Marcia RiedererMovidos pela vontade de recuperar hábitos, costumes e alimentos que estão se perdendo no caminho de nossa globalização, em um sábado ensolarado nos juntamos no Engenho dos Andrade, para a farinhada – 1º Encontro do Convivium Slow Food Engenho de Farinha (Florianópolis/Brasil). Durante a semana foram necessários muitos preparativos, ver quem tinha a mandioca, busca-la, organizar as compras para o jantar, quem busca as mesas na igreja, ver como seria a participação de cada um, organizar o transporte para que os produtores de outros municípios pudessem participar dessa grande festa, enfim… nada que um grupo unido e animado não resolvesse com muita facilidade!

O dia amanheceu lindo… no engenho, a montanha de mandioca já estava sendo "raspada", para tirar a casca. A junta de bois estava a postos pra colocar o engenho pra trabalhar.

Na cozinha o fogão a lenha já estava perfumando, chefe Ofir e seu amigo Ney estavam a todo vapor, cortando, temperando, amansando, cozinhando, fervendo… preparando um cozido pro almoço e um jantar maravilhoso.

Chegou a hora de cangar o boi Vermelhinho, colocar o antrolhos, ele estava apressado em começar seu serviço.

Enquanto o engenho gira, a mandioca se transforma em farinha.

Durante a tarde, a farinha é colocada na prensa pra tirar a água da farinha. Aqui no sul chamamos assim, mas o chef Ofir recolhe essa água, no norte chamada de tucupi e utiliza como base de sua culinária.

Então chega a hora de peneirar, e os visitantes dos engenhos dos municípios visinhos começam a chegar. Todos muito felizes, curiosos pra ver o Engenho dos Andrade, alguns dos nossos visitantes já deixaram de trabalhar com a força animal no engenho, e aproveita o momento pra matar a saudade. Reparam em tudo, encontram peças muito antigas e algumas novas, mas feitas a moda antiga!

Relembram músicas, histórias e experimentam o "tal do tucupi", todos muito desconfiados, pois essa água da mandioca, se não for bem preparada é um veneno,

Tocam fogo na lenha e o engenho começa a rodar novamente, agora para torrar a farinha, enquanto as mesas vão sendo arrumadas, o chef Ofir dá os últimos retoques na cozinha.

Após algumas apresentações, esclarecimentos e agradecimentos, tivemos o enorme prazer de jantar.

Estava tudo delicioso, o ambiente, os amigos reunidos, as conversas e a comida… espero que não demore para chegar a próxima!


Abaixo algumas imagens do 1º Encontro do Convivium Engenho de Farinha

 Raspando a Mandioca. Foto: Marcia Riederer
Raspando a Mandioca

Cangando o Boi. Foto: Marcia Riederer
Cangando o Boi

Rodando o engenho. Foto: Marcia Riederer
Engenho em funcionamento

Novas gerações. Foto: Marcia Riederer
Novas gerações

Intercâmbio de Saberes. Foto: Marcia Riederer
Troca de experiências

Peneirando. Foto: Marcia Riederer
Peinerando a farinha

Torrando a Farinha. Foto: Marcia Riederer
Torrando a farinha

Experimentando novidades. Foto: Marcia Riederer
Experimentando novos sabores

Jantar preparado pelo Chef Ofir. Foto: Marcia Riederer
Jantar preparado pelo Chef Ofir com a Farinha e o Tucupi
produzidos durante o dia.

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