Mandaçaia

Na Caatinga, a mandaçaia encontra seu refúgio

Mandaçaia

Aconteceu no Território Piemonte da Diamantina – Bahia o primeiro intercâmbio de meliponicultura da Fortaleza da Mandaçaia. Esta ação teve como objetivo principal, estreitar laços entre os atores locais, ampliando o diálogo sobre a importância da preservação da espécie, permitindo trocas de experiências e saberes da meliponicultura na caatinga, aos jovens da Fortaleza da mandaçaia.

A visita aconteceu em dois meliponários do município de Várzea da Roça, com apresentação das particularidades das seguintes « abelhas mansas » Mandaçaia, Uruçu nordestina, Asa branca, Jatai, Munduri e Mela oco. O intercâmbio ainda permitiu realizar grupos de trabalhos onde foram levantados temas do bem estar animal, indicadas algumas pautas a serem discutidas durante o desenvolvimento do Protocolo de Produção da Fortaleza da Mandaçaia, que sera realizado em novembro, juntamente com a participação de outros meliponicultores da caatinga da rede Slow Food.

Asa Branca

 Considerando  que a meliponicultura não sobrevive sem um equilíbrio e conhecimento  da fauna local, foi visitado o projeto Águas do Jacuípe, realizado pelo Instituto de Permacultura da Bahia (IPB), que tem como proposta a sustentabilidade ambiental no semiárido, por meio da recuperação de áreas degradadas, através do reflorestamento de matas ciliares no território da Bacia do Jacuípe. Os jovens visitaram o banco de sementes e o viveiro de mudas, onde conheceram especies nativas, entre elas a aroeira, pau ferro, pau d’arco amarelo, angico, umburana de cheiro, umburana de cambão, quixabeira,  pitanga do mato, umbuzeiro, juá de boi, caraíba, mulungu, ingá, cana fístula, carrancudo, braúna, barriguda, pau pombo, dentro de uma metodologia de identificar as plantas fornecedoras de pólen e néctar para as abelhas.

Meliponicultor Manuelito

No intercâmbio tiveram a presença de movimentos sociais que estão se inspirando no modelo da Fortaleza do Slow Food para multiplicar a experiência em suas comunidades, entre eles,  agrônomos, agentes comunitárias e técnicos em agroecologia do Movimento de Pequenos agricultores (MPA), técnicos e articuladores da Associação de pequenos produtores de Jabuticaba (APPJ) – Projeto Conviver.

Meliponicultor jeovani

Recentemente inserida na Arca do Gosto, a Fortaleza da mandaçaia surgiu da necessidade de proteger a espécie, que se encontra em risco de extinção, em alguns dos municípios do território e pelo seu importante papel de polinizadora do licuri, principal cultura e fonte de sustento de muitas famílias do território. Muitos jovens, filhos de produtores, que nasceram e cresceram nas comunidades rurais, revelaram que estava sendo a primeira vez que viram as « abelhas nativas ».

Mandaçaia_01

A fortaleza da mandaçaia é composto por jovens da Escola da Família Agrícola de jabuticaba (EFA), produtores (as) associados da COOPES, quebradeiras de licuri,  apicultores e técnicos agrícolas/ agroecologia do MPA dos povoados de Itatiaia, Várzea da Roça, Quixabeira, Serrolândia, Capim Grosso, São José, Vaca Brava, Baixa Grande, Tigre, Várzea Danta. Um dos jovens integrantes da fortaleza, encontra-se em Milão, onde participa do evento “We Feed the Planet”, a convite do FIDA, financiador do projeto da Fortaleza da Mandaçaia.

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*Revecca Tapie é Facilitadora Slow Food para a região Nordeste

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