Fruto que cura e que alimenta, o camapu (Physallis angulata ou Physallis pubescens), chamado tambén juá-poca, balão-rajado, bucho-de-rã, joá-de-capote, fisális, é muito consumido durante as caminhadas nas comunidades rurais e extrativistas. É um fruto de aparência delicada e caprichosa pela natureza, fica pendente envolto em um casulo de folhas que mudam de cor e textura conforme amadurece. É de tom amarelo forte, tem gosto doce e é pequenino como uma bola de gude, com 3 cm de diâmetro, em média. O camapu é um fruto da família das solanáceas, do tomate e da jurubeba, alcança cerca de 2,5 m de altura.
É um fruto com reconhecido valor nutricional, usado no combate a diabetes, reumatismo, doenças de pele, malária, bexiga, fígado e muito bom para o cérebro. É rica em vitaminas A e C, fósforo e ferro. Contem flavonóides, alacalóides e fitoesteróides.

O camapu é encontrado em quase toda a região Amazônica, muito conhecido entre os moradores das áreas rurais. Isso se deve por sua distribuição pelas matas onde as pessoas costumam se deslocar a pé. Também é encontrada em outras regiões do Brasil, perfazendo um fruto de identidades regionais interessantes.

As folhas, frutos e raízes são usados na medicina popular em chás e preparos macerados para usos locais, sendo o consumo familiar o mais comum. Como ocorre em quase todo o solo brasileiro, o camapu é utilizado de maneira diferenciada de acordo com a região onde é consumida. Pelo fruto ser de aparência muito bela e delicada, pode ser utilizada em decoração de bolos e tortas para eventos comemorativos.
Para as comunidades, o seu consumo é in natura. É usada pro preparo de doces, geleias e licores. Uma fruta de brincadeiras e histórias entre as crianças. Para os chefs de cozinha, uma fruta da alta gastronomia que permeia as mesas mais sofisticadas.

É comercializado principalmente em feiras livres locais e, em alguns casos, por vendedores ambulantes. Os frutos do camapu também podem ser encontrados em algumas redes de supermercado que comercializem produtos diferenciados.

O camapu precisa ser conservado porque a devastação e o uso de veneno nas comunidades rurais está prejudicando o solo e impactando de modo muito negativo destruindo a fauna e flora e os pés de camapu começaram a desaparecer.
Outro fator, é porque devido ao seu desconhecido valor comercial e seu desuso na alimentação pela comunidade as pessoas arrancam ou matam para dar lugar a outras culturas.

Indicação por Raimunda Maria Vieira Carvalho.
Revisão e pesquisa por Carlos Demeterco e Ligia Meneguello
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