Originário da América do Sul, mais especificamente da Amazônia, o jambu é uma erva de sabor forte e agradável, muito conhecido principalmente na região norte do Brasil. Atualmente é também encontrada em países do sudoeste asiático, por ter sido levada pelo povo português nos idos períodos da colonização europeia.
Uma das principais características dessa planta é o fato de amortecer a língua e os lábios e induzir salivação ao ser mastigada, em função de conter a substância química espilantol, que aguça ainda mais o seu sabor, além de conter grande potencial cosmético e farmacêutico.

É muito semelhante ao agrião comum, embora suas folhas sejam menores, mais grossas e duras, e de sabor mais marcante. Suas flores são pequenos botões amarelos e com uma alta concentração de espitantol, e dão um toque totalmente especial às receitas nas quais são utilizadas.

O jambu é tradicionalmente utilizado no preparo de remédios caseiros, como chás e infusões para o tratamento da malária, além de infecções de boca e garganta. Tem propriedades diuréticas e anti inflamatórias.

Desenvolve-se muito bem em ambientes úmidos e quentes. Possui uma relação cultural muito forte com o povo amazônida, muito comum em pratos e receitas típicos, principalmente nos estados do Pará e Amazonas.

Existem poucos plantios comerciais dessa erva, como alguns no sudeste do Brasil, o que ameaça a benéfica diversidade de genótipos que temos no norte e nordeste, por exemplo. Pelo significado cultural amazônico que o jambu carrega, é necessário reconhecê-lo como uma erva de extrema importância para os povos amazônidas, uma vez que, assim como diversos outros produtos da Amazônia, é principalmente manejado pela agricultura familiar. Além disso, a pressão pelo aumento de produção do jambu leva com que agricultores passem a utilizar métodos convencionais para colocá-lo no mercado, o que ameaça práticas agroecológicas de como cultivá-lo de maneira boa, limpa e justa.

É utilizado em pratos regionais como o pato no tucupi e no tacacá, além disso é utilizado em cozidos e sopas. E o para saladas a folha é utilizada crua, também. Algumas cachaças artesanais também são fabricadas utilizando o jambu. As folhas também podem ser refogadas e cozidas juntamente com arroz, ou encorpando um omelete de maneira muito bela.

Indicação: Mateus Ghiglione Santos
Texto e pesquisa: Carlos Demeterco
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