Foto de Gabriela Pieroni 3

Slow Food Brasil Educação no Congresso Brasileiro de Agroecologia

A metodologia do percurso sensorial tem no alimento um potente caminho para educar para a transição e emancipação 

Foto de Gabriela Pieroni 3

Abricó, cubiu, tucumã,licuri, baru,pinhão, jatobá, butiá,mel de jandaíra, pequi, cupuaçu, castanha de cotia, baunilha do cerrado, cambuci, capim-limão, preciosa, manjericão, sapota são apenas algumas das sensações que os participantes do percurso sensorial pelos biomas brasileiros puderam experienciar nas oficinas ministradas pelo Slow Food Brasil no inesquecível X Congresso Brasileiro de Agroecologia ocorrido de 12 a 15 de setembro em Brasília. 

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Celebrando o patrimônio alimentar brasileiro através do trabalho de produtores ligados à Rede Slow Food Brasil que marcaram considerável presença na Feira da Sociobiodiversidade, as oficinas somaram à programação da Tenda da Alimentação Saudável articulada pelo MDS e que contou com a presença de parceiros como Fiocruz, Ministério da Saúde e CSAs do DF.  As atividades comandadas pelo Slow Food Brasil Educação deixaram na Tenda a mensagem que uma alimentação saudável deve considerar todas as dimensões do alimento, da terra à boca, reforçando sua filosofia de que comer é um ato político de primeira grandeza. O direito ao prazer do gosto e do comer junto, o acesso à comida de verdade num sistema agrolimentar que respeita produtores, ambiente e comedores são aspectos sociais e culturais que não podem ser vistos desarticulados da excelência do paladar e tão pouco da ideia de saúde hoje praticada nas políticas públicas e movimentos sociais. 

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A vivência proporcionou um momento de troca de saberes entre educadores, produtores e público participante, permeada por uma homenagem à saborosa biodiversidade dos biomas brasileiros em suas cores, sons, cheiros e gostos e também da descoberta de plantas alimentícias não convencionais ( PANCS) e plantas medicinais.

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Educadores da Rede Slow Food Brasil de diversas áreas do saber como gastronomia,botânica, nutrição, história e educação do campo e de diferentes regiões do Brasil aproveitaram o momento para se encontrar em Brasília. Na metodologia viva elaborada de forma colaborativa por eles, já no início, os participantes eram provocados a falar sobre suas memórias gustativas, os cheiros e gostos de frutas da infância, as receitas de mães e avós que povoam imaginários, as comidas e temperos que representam territórios e elaboram identidades culturais. 

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O momento mais aguardado foi o percurso pelas estações dos sentido onde, por vezes de olhos fechados, os oficineiros se entregaram à uma aventura dos sentidos, tocando, provando, cheirando e ouvindo comidas com muitas histórias pra contar.  Histórias que ao final foram reveladas num compartilhamento entre oficineiros, produtores convidados e participantes. As experiências agroecológicas que atuam na Rede Slow Food Brasil através das Fortalezas brasileiras  foram apresentadas juntamente com suas lutas e ações de preservação de cada um dos biomas brasileiros com destaque para Cerrado e Amazônia, representados pelas equipes do Convívio Manaus e Convívio Cerrado. O convívio Engenhos de Farinha de Santa Catarina também presente apresentou a farinha polvilhada da família Gelsleuchter, branquinha e fininha em contraste com a farinha de Bragança, crocante e amarelada produzida pelo ilustre Seu Bené, que esteve presente em uma das oficinas. A diversidade de farinhas de mandioca foi um espetáculo sensorial à parte e os presentes puderam se deliciar  também com a presença de ambos os produtores.

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As Fortalezas do Licuri, Butiá, Engenhos de Farinha, Pinhão, Baru, Méis de Abelhas Nativas entre outras para mostraram seus projetos e sabores através da fala de seus protagonistas e facilitadores regionais do Slow Food Brasil.

A oficina também teve a o objetivo de incentivar educadores, gestores e ativistas a apropriar-se das metodologias da educação do gosto para promover a agroecologia e a alimentação saudável no seu sentido mais profundo. Durante todo o ano de 2017, em mais uma parceria com as ações de Educação Alimentar e Nutricional ( EAN) do MDS, os educadores do Slow Food Brasil Educação levaram suas práticas educativas aos Seminários de EAN, PAA e Compras Institucionais que ocorreram em diversas regiões do Brasil reunindo profissionais diversos, gestores, produtores de alimentos e nutricionistas para discutir tão relevante tema. Ao todo, foram dez oficinas realizadas nas regiões norte, sul, sudeste, centro-oeste e nordeste.

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No X Congresso Brasileiro de Agroecologia foi um momento de fortalecimento da Rede Slow Food Brasil e do movimento agroecológico com todos aqueles que acreditam no potencial transformador do alimento como ferramenta para educar nos caminhos do Bem-Viver!

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