Senhora descascando pequi

Lançamento do Observatório da Economia da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio)

Foto: ISPN

No dia 01/06, o Observatório da Economia da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio) foi lançado no Congresso Nacional, por meio da parceria de instituições da sociedade civil com a Frente Parlamentar Ambientalista. À frente dessa iniciativa está o Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e WWF-Brasil, assim como, o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e o Memorial Chico Mendes. A reunião de lançamento pode ser conferida no link: e contou com falas importantes do Dione Torquato (CNS), do deputado federal Nilto Tatto (SP) e de colegas de diversas instituições. A carta de apresentação do observatório pode ser acessada A carta de apresentação do observatório pode ser acessada neste link.

O movimento Slow Food, que é membro do observatório, tem acompanhado o debate de formação e o considera estratégico para o desenvolvimento das cadeias de valor que contribuam para o desenvolvimento territorial e a garantia de alimentos bons, limpos e justos para todos. Para o coordenador de parcerias institucionais e mobilização de recursos da Associação Slow Food no Brasil, Pedro Xavier, o ÓSocioBio, “por reunir ONGs socioambientalistas, movimentos sociais e populações tradicionais do Brasil, permite a  potencialização das incidências políticas para garantir sustentabilidade no desenvolvimento socioeconômico brasileiro, sobretudo para Povos e Comunidades Tradicionais”.

Recentemente a Associação Slow Food do Brasil estabeleceu uma parceria para o desenvolvimento do projeto Sociobiodiversidade Amazônica com a Agência de Cooperação Técnica da Alemanha (GIZ). Este projeto acontece nos estados do Amazonas, Acre e Pará ao longo de 2022 e 2023 e tem apoio do projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor, desenvolvido no âmbito da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com apoio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha. Esperamos contribuir para o desenvolvimento de algumas cadeias de valor da sociobiodiversidade inseridas nesse projeto e no desenvolvimento de políticas públicas para a agricultura familiar, em especial da alimentação escolar.

Desta carta destacamos o seguinte trecho que consideramos estratégico para o desenvolvimento da economia da sociobiodiversidade:

“A economia da sociobiodiversidade, em contraste com a narrativa emergente da bioeconomia, tem como cerne a diversidade de seus povos, comunidades e territórios, a valorização dos conhecimentos tradicionais e da biodiversidade, o cuidado com o meio ambiente e os modos de vida. Também o protagonismo de mulheres e o estímulo ao engajamento da juventude distinguem a organização social que dá sustentação às cadeias da sociobiodiversidade e informam sobre o projeto de futuro que elas postulam: o de uma sociedade mais justa e democrática.

A qualificação das cadeias de produtos da sociobiodiversidade, com mais oportunidades de geração de renda, conciliadas à conservação dinâmica da biodiversidade, promove a manutenção de jovens em seus territórios e a preservação de suas próprias culturas. No caso das mulheres, são destacadas as interrelações entre o território, a saúde de seus corpos e de suas comunidades. Sendo assim, a participação e protagonismo de mulheres, tanto quanto a de jovens, nos espaços de tomada de decisão são fundamentais para a formulação de políticas e estratégias de governança, planejamento e gestão dos territórios, do meio ambiente, da produção e dos conhecimentos tradicionais associados. Tais políticas e estratégias devem então garantir a permanência no território, a segurança alimentar, a saúde pessoal e comunitária desses sujeitos, a valorização dos seus modos de vida e de auto organização, ao lado da inclusão socioprodutiva e do estabelecimento de preços justos para os produtos da sociobiodiversidade.”

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